MUNDO MÁGICO

     Historinhas Encantadas







BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES

       ra uma vez...   
em um reino muito distante, num dia muito frio, uma bela rainha estava sentada perto da janela, bordando um lençol de nenê. Sem querer, ela espetou o dedo na agulha e caíram três gotas de sangue. Então a rainha olhou para fora e fez um pedido:
- Quero ter uma filha de pele branca como a neve que está caindo, cabelos pretos como a madeira desta janela e boca vermelha como o sangue que saiu do meu dedo.
Alguns meses depois, a rainha deu à luz uma menina do jeitinho que tinha pedido. E resolveu chamá-la de Branca de Neve. Dia e noite ela ficava do lado da filha, cuidando dela com muito amor e carinho.
Mas a rainha morreu antes de criar a filha como queria.
O rei chorou durante meses, até que conheceu uma princesa lindíssima e se casou com ela. A princesa só tinha beleza, porque o resto nela era só vaidade, orgulho e malvadeza. O dia todo ficava na frente do espelho, perguntando:
- Espelho, espelho meu, existe no mundo mulher mais bonita do que eu?
E o espelho, que era mágico, dizia:
- Não, rainha, você é a mais linda.
Enquanto a rainha conversava com o espelho, Branca de Neve crescia bonita como ela só, era de uma formosura que não tinha igual no planeta inteiro. Tanto assim que um dia a rainha ouviu do espelho uma resposta que não esperava:
- Sim, existe outra muito mais bonita que você.
- E quem é essa atrevida? - perguntou ela.


- Branca de Neve!
Desde então a rainha que era má, começou ameaçá-la.

Branca de Neve com medo foi se refugiar na floresta, na casa dos sete anões.
Foi muito bem aceita pelos anões, pois ela cozinhava, lavava e passava para os sete anõezinhos. Todos eram felizes naquela casa.

Todos os dias como de costume os anões saíam para trabalhar e deixavam Branca de Neve cuidando da 

casa.
Enquanto isso a rainha preparava um plano mirabolante, transforma-se na bruxa mais horripilante e má. . .
De repente surpreendentemente aparece na janela uma velhinha pedindo água à Branca de Neve. Ela muito boa recebe a velha e esta em agradecimento oferece à Branca de Neve uma maçã, e pede a ela que dê uma mordida e faça um pedido.
Mal sabia ela que aquela velha era a rainha, sua madrasta,aplicando-lhe o golpe fatal.
Infelizmente Branca de Neve não resistiu e caiu no sono da morte.
O anões chegaram logo após, mas não conseguiram impedir que mordesse a maçã, mas conseguiram finalmente acabar com a bruxa, perseguiram-na até que despencou de um penhasco, morrendo em seguida.
A tristeza toma conta dos anõezinhos
Quando de repente um jovem aproxima-se de Branca de Neve, naquele sono profundo e lhe dá um beijo apaixonado.
Imediatamente Branca de Neve desperta do sono da morte e vai embora com seu príncipe, agradecendo aos anões por tudo que fizeram por ela.

                
      




A CIGARRA E A FORMIGA 



Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:

- Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir!
- Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno.
Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha. 
Contos, fabulas e historinhas: A Cigarra e a Formiga
A cigarra então aconselhou: 

- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar! 
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga. 
Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa. 
A rainha das formigas falou então para a cigarra: 
- Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio. 
A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou: 
- Hum!! O inverno ainda está longe, querida! 
Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo. 
Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga. 
Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio. 
Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa. 
Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: - No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós. 
Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas. 

Contos, fabulas e historinhas: A Cigarra e a Formiga










Chapeuzinho Vermelho



  


Era uma vez, numa pequena cidade às margens da floresta, uma menina de olhos negros e louros cabelos cacheados, tão graciosa quanto valiosa.
Um dia, com um retalho de tecido vermelho, sua mãe costurou para ela uma curta capa com capuz; ficou uma belezinha, combinando muito bem com os cabelos louros e os olhos negros da menina. 
Daquele dia em diante, a menina não quis mais saber de vestir outra roupa, senão aquela e, com o tempo, os moradores da vila passaram a chamá-la de “Chapeuzinho Vermelho”. 
Além da mãe, Chapeuzinho Vermelho não tinha outros parentes, a não ser uma avó bem velhinha, que nem conseguia mais sair de casa. Morava numa casinha, no interior da mata. 
De vez em quando ia lá visitá-la com sua mãe, e sempre levavam alguns mantimentos.
Um dia, a mãe da menina preparou algumas broas das quais a avó gostava muito mas, quando acabou de assar os quitutes, estava tão cansada que não tinha mais ânimo para andar pela floresta e levá-las para a velhinha. 
Então, chamou a filha: 
— Chapeuzinho Vermelho, vá levar estas broinhas para a vovó, ela gostará muito. Disseram-me que há alguns dias ela não passa bem e, com certeza, não tem vontade de cozinhar. 
— Vou agora mesmo, mamãe. 
— Tome cuidado, não pare para conversar com ninguém e vá direitinho, sem desviar do caminho certo. Há muitos perigos na floresta! 
— Tomarei cuidado, mamãe, não se preocupe. A mãe arrumou as broas em um cesto e colocou também um pote de geléia e um tablete de manteiga. A vovó gostava de comer as broinhas com manteiga fresquinha e geléia. 
Chapeuzinho Vermelho pegou o cesto e foi embora. A mata era cerrada e escura. No meio das árvores somente se ouvia o chilrear de alguns pássaros e, ao longe, o ruído dos machados dos lenhadores. 
A menina ia por uma trilha quando, de repente, apareceu-lhe na frente um lobo enorme, de pêlo escuro e olhos brilhantes. 
Olhando para aquela linda menina, o lobo pensou que ela devia ser macia e saborosa. Queria mesmo devorá-la num bocado só. Mas não teve coragem, temendo os cortadores de lenha que poderiam ouvir os gritos da vítima. Por isso, decidiu usar de astúcia. 
— Bom dia, linda menina — disse com voz doce. 
— Bom dia — respondeu Chapeuzinho Vermelho. 
— Qual é seu nome? 
— Chapeuzinho Vermelho
. — Um nome bem certinho para você. Mas diga-me, Chapeuzinho Vermelho, onde está indo assim tão só? 
— Vou visitar minha avó, que não está muito bem de saúde. 
— Muito bem! E onde mora sua avó? 
— Mais além, no interior da mata. 
— Explique melhor, Chapeuzinho Vermelho. 
— Numa casinha com as venezianas verdes, logo29 após o velho engenho de açúcar. 
O lobo teve uma idéia e propôs: 
— Gostaria de ir também visitar sua avó doente. Vamos fazer uma aposta, para ver quem chega primeiro. Eu irei por aquele atalho lá abaixo, e você poderá seguir por este. Chapeuzinho Vermelho aceitou a proposta. 
— Um, dois, três, e já! — gritou o lobo. 
Conhecendo a floresta tão bem quanto seu nariz, o lobo escolhera para ele o trajeto mais breve, e não demorou muito para alcançar a casinha da vovó. 
Bateu à porta o mais delicadamente possível, com suas enormes patas. 
— Quem é? — perguntou a avó. 
O lobo fez uma vozinha doce, doce, para responder: 
— Sou eu, sua netinha, vovó. Trago broas feitas em casa, um vidro de geléia e manteiga fresca. 
A boa velhinha, que ainda estava deitada, respondeu: 
— Puxe a tranca, e a porta se abrirá. 
O lobo entrou, chegou ao meio do quarto com um só pulo e devorou a pobre vovozinha, antes que ela pudesse gritar. 
Em seguida, fechou a porta. Enfiou-se embaixo das cobertas e ficou à espera de Chapeuzinho Vermelho. A essa altura, Chapeuzinho Vermelho já tinha esquecido do lobo e da aposta sobre quem chegaria primeiro. Ia andando devagar pelo atalho, parando aqui e acolá: ora era atraída por uma árvore carregada de pitangas, ora ficava observando o vôo de uma borboleta, ou ainda um ágil esquilo. Parou um pouco para colher um maço de flores do campo, encantou-se a observar uma procissão de formigas e correu atrás de uma joaninha. 
Finalmente, chegou à casa da vovó e bateu de leve na porta. 
— Quem está aí? — perguntou o lobo, esquecendo de disfarçar a voz. 
Chapeuzinho Vermelho se espantou um pouco com a voz rouca, mas pensou que fosse porque a vovó ainda estava gripada. 
— É Chapeuzinho Vermelho, sua netinha. Estou trazendo broinhas, um pote de geléia e manteiga bem fresquinha! 
Mas aí o lobo se lembrou de afinar a voz cavernosa antes de responder: 
— Puxe o trinco, e a porta se abrirá. 
— Chapeuzinho Vermelho puxou o trinco e abriu a porta. 
O lobo estava escondido, embaixo das cobertas, só deixando aparecer a touca que a vovó usava para dormir. 
Coloque as broinhas, a geléia e a manteiga no armário, minha querida netinha, e venha aqui até a minha cama. Tenho muito frio, e você me ajudará a me aquecer um pouquinho. 
Chapeuzinho Vermelho obedeceu e se enfiou embaixo das cobertas. Mas estranhou o aspecto da avó. Antes de tudo, estava muito peluda! Seria efeito da doença? E foi reparando: 
— Oh, vovozinha, que braços longos você tem! 
— São para abraçá-la melhor, minha querida menina! 
— Oh, vovozinha, que olhos grandes você tem! 
— São para enxergar também no escuro, minha menina! 
— Oh, vovozinha, que orelhas compridas você tem! 
— São para ouvir tudo, queridinha! 
— Oh, vovozinha, que boca enorme você tem! 
— É para engolir você melhor!!! 
Assim dizendo, o lobo mau deu um pulo e, num movimento só, comeu a pobre Chapeuzinho Vermelho. 

Contos, fabulas e historinhas: Chapeuzinho Vermelho
— Agora estou realmente satisfeito — resmungou o lobo. Estou até com vontade de tirar uma soneca, antes de retomar meu caminho. 

Voltou a se enfiar embaixo das cobertas, bem quentinho. Fechou os olhos e, depois de alguns minutos, já roncava. E como roncava! Uma britadeira teria feito menos barulho. 
Algumas horas mais tarde, um caçador passou em frente à casa da vovó, ouviu o barulho e pensou: “Olha só como a velhinha ronca! Estará passando mal!? Vou dar uma espiada.” 
Abriu a porta, chegou perto da cama e… quem ele viu? 
O lobo, que dormia como uma pedra, com uma enorme barriga parecendo um grande balão! 
O caçador ficou bem satisfeito. Há muito tempo estava procurando esse lobo, que já matara muitas ovelhas e cabritinhos. 
— Afinal você está aqui, velho malandro! Sua carreira terminou. Já vai ver! 
Enfiou os cartuchos na espingarda e estava pronto para31 atirar, mas então lhe pareceu que a barriga do lobo estava se mexendo e pensou: “Aposto que este danado comeu a vovó, sem nem ter o trabalho de mastigá-la! Se foi isso, talvez eu ainda possa ajudar!”. 
Guardou a espingarda, pegou a tesoura e, bem devagar, bem de leve, começou a cortar a barriga do lobo ainda adormecido. 
Na primeira tesourada, apareceu um pedaço de pano vermelho, na segunda, uma cabecinha loura, na terceira, Chapeuzinho Vermelho pulou fora. 
— Obrigada, senhor caçador, agradeço muito por ter me libertado. Estava tão apertado lá dentro, e tão escuro… Faça outro pequeno corte, por favor, assim poderá libertar minha avó, que o lobo comeu antes de mim. 
O caçador recomeçou seu trabalho com a tesoura, e da barriga do lobo saiu também a vovó, um pouco estonteada, meio sufocada, mas viva. 
— E agora? — perguntou o caçador. — Temos de castigar esse bicho como ele merece! 
Chapeuzinho Vermelho foi correndo até a beira do córrego e apanhou uma grande quantidade de pedras redondas e lisas. Entregou-as ao caçador que arrumou tudo bem direitinho, dentro da barriga do lobo, antes de costurar os cortes que havia feito. 
Em seguida, os três saíram da casa, se esconderam entre as árvores e aguardaram. 
Mais tarde, o lobo acordou com um peso estranho no estômago. Teria sido indigesta a vovó? Pulou da cama e foi beber água no córrego, mas as pedras pesavam tanto que, quando se abaixou, ele caiu na água e ficou preso no fundo do córrego. 
O caçador foi embora contente e a vovó comeu com gosto as broinhas. Chapeuzinho Vermelho prometeu a si mesma nunca mais esquecer os conselhos da mamãe: “Não pare para conversar com ninguém, e vá em frente pelo seu — caminho”. 

Contos, fabulas e historinhas: Chapeuzinho Vermelho
Fonte
Alfabetização : livro do aluno / Ana Rosa Abreu ... [et al.] Brasília : FUNDESCOLA/SEF-MEC, 2000. 3 v. : 128 p. n. 2.


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